Os Primeiros Satélites – Sputnik 1

Este artigo é o primeiro de duas partes, vou falar um pouco sobre os primeiros satélites artificiais que entraram em órbita e começaremos pelo satélite Russo Sputnik 1. O nome Sputnik vem do  russo Спутник que quer dizer “satélite”.

O Sputnik 1 foi o primeiro satélite artificial colocado em órbita, a primeira vitória Russa na corrida espacial com os EUA. Ele foi o primeiro de uma série de satélites artificiais soviéticos, feitos para estudar o espaço, uma preparação do primeiro voo espacial tripulado.

O Satélite Sputnik 1

O Sputnik foi o primeiro satélite do mundo, sua tecnologia ainda era baseada em micro válvulas eletrônicas, mecanicamente ele foi construído em uma forma esférica com o diâmetro de 580 mm.

A sua estrutura externa foi feita em alumínio com uma espessura de 2 mm, dividida em duas partes que eram fixadas através de 36 parafusos com um anel de vedação, onde também foram colocadas as quatro antenas de rádio.

As antenas do Sputnik 1 tinham dois conjuntos de antenas, um conjunto com dois elementos de 2,4 metro e outro conjunto com dois elementos de 3,9 metros.

Já na parte interna do satélite erá basicamente dividida em 3 partes, o bloco de transmissores, o bloco de baterias e um sistema de ventilação. A massa total do Sputnik 1 era de 83,6 kg.

Satélite Sputnik 1
Satélite Sputnik 1

O Transmissor do Sputnik 1

O satélite Sputnik 1 era dotado de um transmissor de rádio D-200, que era capaz de emitir sinais de rádio em CW ou seja “beeps” com uma duração  básica de 0,4 segundo, a duração dos pulsos mudaria de acordo com a temperatura e pressão a bordo do satélite, nas frequências de 20,005 e 40,002 MHz.

A análise dos sinais de rádio do satélite foi usado para coletar informações sobre a densidade eletrônica da ionosfera, temperatura e pressão interna.

circuito transmissor do satélite Sputnik-1 - via
Circuito transmissor do satélite Sputnik-1 – via

As Baterias do Sputnik 1

A fonte de alimentação do satélite era a parte mais crítica, pesava 51 kg e o bloco era na forma de um octógono . O bloco de baterias continha três baterias de zinco-prata, duas dessas baterias alimentavam o transmissor de rádio e uma alimentava o sistema de regulação de temperatura.

As baterias tinham uma vida útil prevista de no máximo duas semanas, ela iniciou o funcionamento do satélite no momento da separação do satélite do foguete.

O sistema de controle de temperatura

O sistema de controle da temperatura era feito através de uma ventoinha controlada por dois interruptores térmicos. Se a temperatura no interior do satélite excedia 36°C a ventoinha ligava e quando a temperatura caia abaixo de 20°C a ventoinha era desligada.

Já se a temperatura ultrapassasse os 50°C ou caísse abaixo de 0°C outro interruptor térmico de controle era ativado, alterando a duração dos impulsos do sinal de rádio. Isso era um tipo de telemetria rudimentar, mas muito eficiente.

A análise dos sinais de rádio do Sputnik 1 também foi usada para coletar informações sobre a densidade eletrônica da ionosfera, assim estudando a melhor forma de comunicação entre a Terra e o espaço e a propagação de ondas de rádio através da ionosfera.

A órbita do Satélite Sputnik 1

O satélite Sputnik 1 foi lançado pelo foguete R-7 no Cosmódromo de Baikonur as 22 horas e 28 minutos  do dia 4 de outubro de 1957, horário de Moscou.

No foguete o satélite era protegido por um cone em forma de carenagem de carga , com uma altura de 80 cm e quando o foguete chegou ao segundo estagio o satélite foi ejetado em uma órbita de 228 km de perigeu e apogeu de 947 km com uma inclinação de 65,1 graus.

O satélite fez 1.440 órbitas e re-entrou na atmosfera da Terra em 4 de Janeiro de 1958, 92 dias de permanência no espaço após o lançamento.

Embora o Sputnik 1 era um satélite muito simples, com ele foi possível coletar dados científicos importantes para enviar satélites mais eficientes e até o envio do homem ao espaço.

Lançamento do foquete R-7 com o satélite Sputnik 1

Conheça também o Satélite Dove DO-17, o primeiro satélite brasileiro.

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