Este é o primeiro de uma série de artigos sobre “Gato na TV“, são textos de outro site que eu escrevia, mas que agora está saindo do ar. O Brasileiro quer levar vantagem em tudo, essa é a máxima que mais escutamos, e aqui vai um artigo que mostra bem isso. Dizemos que essa gambiarra para conseguir alguma coisa grátis é chamada de gato, e essa é a tv a gato, que nada mais é que um gato, que pirateia a TV a cabo, TV por assinatura, TV paga por satélite em geral. Vou dizer que eu a muito tempo, antes até do surgimento da TV por assinatura via satélite, desbloqueava receptores de TV via SHF as MMDS e Cabo (CATV), os famosos TOCOM da NET e TVA, claro que só para uso pessoal, nunca ganhei um tostão por isso.
O serviço MMDS Análogo em São Paulo, foi muito difundido e o receptor mais usados era o TOCOM, jerrold 5507.Esses equipamentos tinham a decodificação da imagem bem simples, que era a inversão de vídeo. Este método era o mais utilizado pelas operadoras de tv a cabo para codificar os seus sinais, evitando assim que aparelhos não habilitados recebessem as imagens. Essa codificação fazia com que a imagem invertesse, como em um negativo de fotografia. Sistemas mais complexos faziam isso, só que o método era a inversão DC do vídeo, e para complicar o sincronismo vertical também era invertido.
Era comum adaptações em vídeo K7 para receber sinais de TV paga, algumas dessas adaptações eram toscas, como inverter o fio em um dos lados do cabo de vídeo que ligava a TV ao vídeo K7 (imagem abaixo). Outras um pouquinho mais complexo tinha um circuito que invertiam o vídeo. Esse circuito usavam apenas um ou dois transistores, como esse inversor de Sinal de Vídeo. Isso era o suficiente para assistir a TV, mas sem qualidade alguma, já que como falamos a codificação também alterava o sincronismo vertical, fazendo com que a imagem tremesse muito e em certos momentos ficava impossível ver as imagens.
Plaquinha mágica para assista TV a cabo grátis
Mas a tecnologia do “gato” progride na mesma velocidade da tecnologia, e ai surgiu a “plaquinha mágica“. A grande vantagem da plaquinha Mágica comparada com os circuitos antecessores é que além de desinverter o vídeo, o circuito refaz o sincronismo, assim elimina os ruídos da imagem como as tremedeiras e som de baixa qualidade. A placa deste circuito funcionava somente com um tipo de codificação, a inversão DC. Ela era instalada em um video K7, em seu Tuner, e o equipamento tinha uma chave para ligar ou desligar o inversor.
É claro que o uso da placa decodificadora é ilegal, mas a plaquinha mágica nada mais é que um decodificador descrambler eletrônico caseiro, de sistemas SHF/ MMDS (Serviço de Distribuição Multiponto Multicanal). Realmente essa plaquinha mágica funciona, mas com uma qualidade de 40% a 80% do original. Basicamente ela usa um circuito integrado 4053 que tem três multiplexadores e demultiplexadores de 2 canais e meia duzia de transistores. Depois foram lançadas as placas decodificadoras microprocessadas que utilizam PICs, melhorando sensivelmente a decodificação do sinal de vídeo.
O Aparelho Receptor Desbloqueado – TOCOM
O desbloqueio do TOCOM foi um avanço, já que com esse sistema a imagem era praticamente original. Existia algumas maneiras de fazer isso, a primeira era clonando o aparelho, assim o receptor decoder trabalhava como um clone, em que o usuário pagava por um equipamento, só que existiam milhares de clones funcionando sem pagar. O único problema era se o usuário do receptor principal deixava de pagar, ai todos os receptores eram bloqueados.
Uma segunda maneira é colocar o receptor em modo teste, assim o decoder mesmo bloqueado vai disponibilizar todos os canais. Esse modo teste é usado para instalar o equipamento. Esse tipo de desbloqueio acrescenta uma placa no TOCOM, ligado na saída de dados do circuito de IF, e a linha de dados do microprocessador interno que decodifica o sinal.
A terceira maneira é mais complexa, exige um grande conhecimento e grande risco de danificar o equipamento. Essa maneira de desbloquear o aparelho exige que sejam dessoldados pinos de alguns circuitos integrados, corte de trilhas e a colocação de jumpers e componentes, veja aqui.